Rio

Introdução aos rios e afins…
Como funciona a erosão
Brincar com o professor…
Mar… o fim do rio
Como correm os rios
Os primeiros estudos sobre a água…
Morto ou vivo?
O que é um rio?
Os deltas
Em caso de inundação
Barragens… sim ou não?
Cataratas de deixar água na boca
Queres ser um hidrólogo especializado em inundações?
Tens coragem para andar nos rápidos?
Do rio para a torneira
A vida selvagem molhada
Poupar água!!!
Água maravilhosa!
Rios que batem recordes
Mapa dos Grandes Rios


“Introdução aos rios e afins…”

A geografia está cheia de surpresas. Num momento estás sentado na tua agradável e quentinha sala de aula, felizmente quase a dormir, enquanto o teu professor fala e fala e fala…

Leito fluvial...

Leito fluvial…

* É o termo técnico e complicado, que se dá ao fundo arenoso de um rio. Curiosidades… 200 milhões de torneiras abertas ao máximo. É essa a quantidade necessária para encher o incrível Amazonas, o maior rio da Terra. Existem quedas de água tão fantásticas que são do tamanho da torre Eiffel… Existem rios tão compridos que se estendem até ao outro lado do mundo, tão fortes que conseguem escavar vales de 1,5 km de profundidade e tão zangados que inundam cidades inteiras. Navega mais um pouco e aprenderás a sobreviver a uma inundação.

Inundação!

Inundação!

Como funciona a erosão
Podes até achar que os rios não servem para mais nada, a não ser para serpentearem até ao mar, mas estás muito enganado. Até os rios mais preguiçosos são muito trabalhadores. A água em movimento possui um grande poder. É tão poderosa que, com o passar de milhões de anos, pode alterar para sempre uma paisagem. No entanto, a água não faz sozinha esse trabalho. O rio arrasta consigo toneladas de rochas, de lama e de areia, que funcionam como arestas. Mas, como é que o fazem?
EROSÃO*

Erosão

Erosão

1. Os geógrafos querem sempre as coisas à sua maneira, como, por exemplo, ter uma palavra para cada coisa. Não podem chamar um rio simplesmente de rio. Não, isso seria fácil de mais. Por exemplo, as rochas e a lama que os rios carregam não podem ser apenas rochas-e-lama-que-os-rios-carregam, têm de ser chamadas de descarga fluvial. Chato, não é? A descarga fluvial pode englobar tudo, desde pedregulhos do tamanho de autocarros de dois andares a minúsculos grãos de areia.
2. Alguma destas descargas dissolvem-se na água. São esses bocados que fazem que, por vezes, a água seja dura e deixe calcário nas cafeteiras. Outros bocados continuam a flutuar na água. As rochas maiores e os seixos afundam-se até atingirem o leito do rio ou vão saltitando pelo fundo. Os chatos dos geógrafos chamam a isto descarga do leito.
Leito do rio

Leito do rio


3. A água pura é praticamente transparente e incolor. Mas quem é que quer um rio assim tão chato? A maior parte dos rios são de um tom castanho lamacento. Mas nem todos. O rio Amarelo, na China, é, como já deves ter adivinhado, amarelo! Também é chamado Huang He. Isto acontece devido a toneladas de solo amarelo que se soltam da terra e se misturam na água. Tornando-o tão lamacento que os chineses dizem que se caíres lá dentro nunca mais voltas a ficar limpo. Também costumam dizer «quando o rio for transparente», quando se referem a alguma coisa que possivelmente nunca irá acontecer.
4. Alguma da descarga raspa e esfrega o leito do rio como se fosse uma lixa gigante ou um esfregão. Outros bocados batem contra a rocha como um martelo gigante. Não admira que as rochas se desfaçam com a pressão.

Erosão em ação

Erosão em ação

5. Quanto mais depressa um rio corre, maiores e mais pesadas são as pedras que consegue arrastar, mais depressa vai provocando a erosão do leito. Quando o rio acalma, na meia-idade, a sua descarga aumenta, mas é na sua maior parte composta por lama e areia. Perto do mar, o rio perde a energia e larga a sua descarga. Já não consegue arrastar mais terra no meio de erosão. Seria um trabalho muito duro.

Ups...

Ups…

6. A erosão é normalmente tão lenta que nem se dá por ela. Para notares a diferença, terias de andar por cá durante milhões de anos. É este o tempo que demora a talhar horríveis rasgões no solo, que se chamam vales. Têm a forma de um «V». (Por vezes encontras vales sem rios, porque eles secaram e deixaram um vale para trás.) Os desfiladeiros são vales com paredes muito íngremes e nuas.

Brincar com o professor…
Da próxima vez que um professor te perguntar o que queres ser quando fores grande, finge pensar por um bocado e depois responde…

Li-mno-lo-gis-ta...

Li-mno-lo-gis-ta…

Um limnologista é um geógrafo que estuda lagos, lagoas, rios e cursos de água. E não tem nada a ver com médicos! Na verdade, a palavra limno vem do grego antigo e significa «lago pantanoso». A limnologia é uma mistura entre hidrologia, geologia, química, física e biologia. Até dá para impressionar, não achas?

Mar… o fim do rio

Os rios são um pouco como as pessoas. Mudam à medida que vão crescendo. Quando são novos e estão apenas no começo da vida, correm de um lado para o outro, energicamente.

À medida que vão ficando mais velhos e mais maduros, abrandam e levam a vida mais devagar, andando suavemente as voltas, atravessando a meia-idade.

A velhice agarra-os por fim. Quando se aproximam do mar e do fim da sua viagem, muitos rios abrandam e ficam sonolentos, e um bocadinho mal-humorados se forem importunados.

Primeira fase: rio jovem.
Nesta fase da juventude, o rio está a fluir mesmo depressa. É um rio cheio de pressa. Está cheio de energia e de juventude.
É tão forte que pode arrastar pedras mesmo grandes que talham o seu leito e as suas margens.

Segunda fase: meia-idade.

O rio começa a acalmar. Já não vê razão para andar a correr de um lado para o outro. Já largou as rochas — são demasiado pesa­das —, mas arrasta ainda consigo imensa lama e areia.

E em vez de ir de encontro aos obstáculos, contorna-os sensatamente. Demonstra muita maturidade.

Terceira fase: a velhice.

Agora o rio é tão lento e vagaroso que começa a adormecer…zzzzz. Começa a largar a lama e a areia.

De vez em quando, galga as margens e inunda, mas depois tem de descansar bastante. Finalmente chegar ao mar.

Curvas e mais curvas!

Curvas e mais curvas!

Da nascente à foz

Da nascente à foz


Regista a velocidade de um rio
Precisas de:

Um cronómetro; uma fita métrica; dois paus; uma laranja; um rio

O que fazer:

a) Mede 10 mt na margem do rio. Marca com os paus o princípio e o fim dos 10 mt.

10 metros

10 metros

b) Lança a laranja ao rio.

c) Cronometra a laranja à medida que esta segue a corrente (na direcção que corre a água).

Maça na água e conta o tempo!

Maça na água e conta o tempo!

d) Agora, um bocadinho de matemática maçadora…

Lembras-te de que há partes do rio que andam mais depressa que outras? Para obteres a velocidade média de todo o rio, precisas de multiplicar a tua resposta por 0,8. Por exemplo, se a laranja fizer os 10 mt. em 20 segundos, a velocidade da corrente é de 0,5 mt. por segundo. Se multiplicares por 0,8, obténs uma velocidade média de 0,4 mt. por segundo. Os peritos utilizam a velocidade média para descobrirem coisas como, por exemplo, qual a quantidade de água que um rio transporta. Mas isso dava para outra aula de Matemática… porque não colocar esta questão ao professor de matemática?

Como correm os rios
1. Os rios correm sempre para baixo. O que parece óbvio se levarmos em conta que são arrastados pela gravidade. É a mesma coisa quando desces uma encosta na tua bicicleta. Não precisas de dar ao pedal — a gravidade faz o trabalho todo. A gravidade é uma força que puxa as coisas para baixo, para a Terra. É o que faz que mantenhas os pés no chão. Ocorre quando um objeto grande (a Terra) puxa o objeto mais pequeno (o rio ou tu na tua bicicleta) na sua direção.

Rios que correm...

Rios que correm…

2. O rio não corre sempre à mesma velocidade. Vai aumentando e diminuindo a velocidade. Isto não acontece porque o rio se cansa, é devido a uma força chamada atrito. O atrito tem lugar quando dois objetos roçam um no outro e acabam por atrasar-se mutuamente, como quando vais às compras e dás por ti no meio de uma multidão. Às vezes o atrito entre o rio (objecto 1) e o seu leito e margens (objecto 2) diminui a velocidade da água. Um rio corre mais depressa à superfície e perto do meio, onde o atrito é menor.

Velocidade de um rio

Velocidade de um rio

3. Os rios correm mais depressa em planos inclinados, e nada é mais inclinado que uma cascata. O rio Niágara acelera a 108 km por hora quando mer­gulha nas cataratas do Niágara. Cerca de de­zasseis vezes mais rá­pido que um andar em passada normal.
4. A verdade é que para todos os rios da Terra só existe água que lhes permita correr durante cerca de duas semanas. Se não forem reabastecidos, depressa secam. Os Gregos antigos tinham algumas ideias engraçadas sobre o que fazia “andar” um rio. Sabiam tudo o que havia para saber a respeito do ciclo da água e sobre a chuva. Mas não acreditavam nem um bocadinho que pudesse cair chuva suficiente para encher um rio. Achavam que a água devia vir dos mares, e que corria até aos rios através de correntes subterrâneas (e perdendo pelo caminho, sabe-se lá como, o seu gosto salgado).

Gregos...

Gregos…

6. Em 1674, o advogado, político e, em part-time, hidrólogo francês Pierre Perrault mediu a quantidade de chuva que caiu num determinado ano sobre as terras drenadas do rio Sena. Que foi que descobriu? Concluiu que havia água em quantidade suficiente para encher seis vezes o rio Sena e ainda sobrava para um banho rápido. Os espertinhos dos gregos tinham percebido tudo mal!

Passatempo molhado...

Passatempo molhado…

7. Felizmente, os rios não têm de depender das águas subterrâneas para se abastecerem de água. Ainda bem! Porque teriam de esperar durante muito tempo. A água subterrânea corre muito devagar. Mesmo muito devagar.
8. Os geógrafos sabem agora que a água chega aos rios de quatro formas diferentes. E todas elas começam com a chuva.

Como???

Como???

Os primeiros estudos sobre a água…

Hummm...!

Hummm…!

Tu até podes pensar que o líquido mais útil e mais precioso da Terra é um delicioso batido de chocolate. Mas estás muito enganado. Enquanto podes passar semanas sem um batido de chocolate, sem beber água ficavas tão extinto como um dinossauro, e para isso bastavam-te apenas alguns dias. E de onde vem a maior parte dessa água? Dos rios, é claro. Os rios podem constituir apenas 1% da água da Terra, mas esse 1% é água doce que depois de limpa podemos beber.
A primeira pessoa a estudar a sério a água (isto há pessoas para tudo) foi o cientista inglês Henry Cavendish (1731-1810). Henry nasceu em Nice, na França, mas passou a maior parte da sua vida em Londres. O simpático Henry era um pouco solitário. Vivia com o pai até à morte deste, e não saía muito de casa. Não tinha muitos amigos. Namoradas é que não tinha de certeza. Na verdade, nem sequer deixava as raparigas entrarem em sua casa. Considerava-as uma má influência.

Estudos sobre a água...

Estudos sobre a água…

Felizmente, Henry tinha uma coisa a seu favor. Era um químico brilhante. Passava a maior parte do tempo em casa a realizar experiências de química. (Gostava muito mais de química que de pessoas. Afinal de contas, os tubos de ensaio não nos respondem).

Work-a-holic

Work-a-holic

Continuando…, quando o sortudo do Henry tinha quarenta anos, herdou um milhão de libras. Estava rico! Mas será que deixou o dinheiro subir-lhe à cabeça? Não! Continuou a trabalhar como antes e gastou a maior parte do querido dinheirinho em… adivinha lá? Isso mesmo, acertaste, em mais livros e mais conjuntos de química. E ainda bem que o fez, para a Geografia, porque, pouco tempo depois, Henry Cavendish fez uma descoberta espantosa. Certo dia, no seu laboratório, misturou gás de hidrogénio e de oxigénio num frasco e aqueceu a mistura. Que é que achas que viu?

A, B ou C...?

A, B ou C…?

Resposta b) As paredes do frasco ficaram cobertas de água. O que o inteligente Henry descobrira é que a água não é constituída apenas por uma substância (isto é, água simples) como todos os cientistas pensavam. Na verdade, é constituída por dois gases, o hidrogénio e o oxigénio. A reacção entre os dois criou o vapor de água que se condensou (transformou-se em água líquida) ao tocar nas paredes do frasco. Incrível! Em código de químico, a água doce é chamada de H2O. Isso significa dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio, unidos numa molécula de água. E biliões e biliões de maravilhosas moléculas de água formam um rio.

Hidrólogo rico!

Hidrólogo rico!

Hoje em dia, alguém como Henry podia ser chamado de hidrólogo. Que é o nome fino para um geógrafo que estuda a água dos rios. E Henry era terrivelmente fino. Os seus dois avós eram duques muito finos, que lhe deixaram pilhas de dinheiro!

Morto ou vivo?
O que é que tu precisas para sobreviver a um cansativo dia de escola? Muitas latas de refrigerante? Uns quantos pacotes de batatas fritas? Uma sesta, na aula de duas horas de Geografia? Tal como tu, as criaturas do rio precisam de algumas coisas para sobreviverem. (Se pensares bem, tu também precisas destas coisas todas.) São elas:
• Oxigénio para respirar;
• Comida para comer;
• Um meio de locomoção;
• Um local seguro onde se abrigarem (ou, pelo menos, algo onde se agarrarem).
Então, como é que conseguem? Muitas criaturas possuem características especiais que as ajudam, cada uma mais estranha que a outra. Algumas são umas grandes idiotices. Para saberes mais, que tal fazeres este teste?
Demos às criaturas algumas características especiais para as ajudar a sobreviver num rio. Se achas que são verdade, escolhe VIVO! Se achas que são falsas, escolhe MORTO! Pensa bem. Pode ser uma questão de vida ou de morte.
1. Os peixes transportam oxigénio em reservatórios nas costas. MORTO OU VIVO?
2. As tartarugas mata-mata respiram através de tubos respiratórios. MORTO OU VIVO?
3. O peixe-arco usa um arco e flecha para matar a sua comida. MORTO OU VIVO?
4. As larvas da mosca-de-água apanham a comida com redes. MORTO OU VIVO?
5. Alguns tipos de minhocas passam a vida com a cabeça na areia. MORTO OU VIVO?
6. O peixe-gato agarra-se às rochas com a boca. MORTO OU VIVO?
7. O mergulhão é um pássaro que odeia a água. MORTO OU VIVO?
Vê aqui as respostas

O que é um rio?
A tua professora até pode tentar enganar-te com toda a espécie de factos chatos e confusos sobre os rios. Não ligues nenhuma a isso. A verdade é que um rio é uma corrente de água doce (quer dizer que não é salgada como a do mar) que atravessa as terras. Simples!

Gervásio!!!

Gervásio!!!

Numa tradução grosseira significa: “Ohhh, olhe Sr.ª Professora, o Gervásio caiu ao rio”. Fluvial é o termo fino para tudo o que tenha a ver com rios. Vem do latim, a antiga língua dos Romanos, que adoravam rios.

Os deltas
Depois de nascer, o rio fica mais lento e não tem força suficiente para continuar a carregar a sua descarga. Por isso, abandona-a na foz. Se as marés forem suficientemente fortes, levam para o mar alguma dessa descarga. Mas a maior parte vai-se acumulando, formando um novo solo. O rio tem de criar outro curso para correr em redor desse novo solo, transformando a foz do rio num maravilhoso labirinto de correntes e de bancos de areia, chamado delta. Chegou a altura de espantares a tua professora com alguma informação aprofundada sobre deltas…

Professores...

Professores…

Os deltas são assim chamados por causa de um historiador da Grécia antiga, de nome Heródoto. Passou muito tempo a viajar pelo Egipto, a tirar apontamentos para o seu livro. E uma coisa em que reparou foi que a foz do rio Nilo tinha uma forma triangular, parecida com a letra «D» do alfabeto grego, ou «delta», que os Gregos antigos escreviam assim: Δ; e a coisa do triângulo pegou. Mas tu já sabes como são os geógrafos, andam sempre a intrometer-se, por isso agora inventaram três tipos de delta:
Em forma de arco. O nome fino em latim para esta forma é arcuate (Ar-co-a-te), que quer dizer arqueado ou em forma de arco. Este é o formato oficial do delta do Nilo. Não oficialmente, os Antigos Egípcios diziam que o seu delta tinha a forma de uma flor-de-lótus.
Em bico. O nome fino em latim para esta forma é cuspate, que significa em forma de ponta ou pico. O rio Tibre (em Roma) termina num delta em bico.
Pata de pássaro. Não tem um nome fino em latim, mas acho que consegues adivinhar o seu formato. Possui muitos ramos, que o fazem parecer-se com os dedos da pata de um pássaro. O delta do Mississípi tem esta forma.

Arco

Arco

Bico

Bico

Pata de pato

Pata de pato


Alguns deltas são tão grandes que são de dar a volta à cabeça. O delta do rio Ganges é gigantesco, quase tão grande como toda a Inglaterra e o País de Gales juntos. E por falar em grande, uma das ilhas do delta do rio Amazonas é mais ou menos do mesmo tamanho que a Suíça. Alguns deltas ainda estão a crescer. Todos os anos, o rio Mississípi deposita quase 500 milhões de toneladas de lama e de areia no seu delta, empurrando-o cada vez mais para o mar. Todo esse solo é fabulosamente rico e fértil, sendo por isso óptimo para o cultivo de frutos e de vegetais. Mas as pessoas que vivem nos deltas correm um grande risco. Como a terra é muito baixinha, é a primeira a ficar submersa quando os rios inundam.
Nem todos os rios desaguam no mar. Alguns desaguam em lagos. Ainda mais extraordinário, o rio Okavango, em África, afunda-se nas areias do deserto do Kalahari. Um pouco seco, não? Mas muda tudo na época das chuvas, altura em que o rio inunda. Nessa altura, o delta do rio torna-se um labirinto de pântanos enevoados e de lagoas adormecidas, forradas por um emaranhado de juncos. Um esconderijo perfeito para milhares de animais que gostam do rio, como os peixes-águias, os hipopótamos e os crocodilos.

Em caso de inundação
Se construir uma barragem está completamente fora do teu alcance, ou se não tens tempo por causa dos trabalhos de casa, que é que podes fazer se uma inundação vier na tua direcção? Tenta lembrar-te destas dicas básicas, de coisas que deves e não deves fazer, se deres por ti no meio de uma inundação:
A FAZER…
• Mantém o rádio sintonizado numa estação que transmita os avisos. Ou fica à escuta para ouvires a sirene, isto se já não houver muito tempo. Alguns países têm uma linha telefónica de aviso de inundações. Isto, se conseguires chegar ao telefone…

Atenção à rádio!

Atenção à rádio!

• Desliga o gás e a electricidade. A água e a electricidade são uma mistura explosiva. NUNCA toques em equipamentos eléctricos com as mãos molhadas. A água é óptima condutora de electricidade, o que significa que esta pode passar através dela muito facilmente. E podes apanhar um choque mortal.
• Armazena sacos de areia. Se estiveres no mesmo sítio, bloqueia as portas, as janelas e as entradas de ar com sacos de areia. Estes podem ser comprados ou podes fazê-los tu mesmo com sacos de pano e areia.
• Vai para o andar de cima. E leva contigo as outras pessoas, os animais de estimação e as coisas de valor, para longe do alcance da água.

Sacos de areia

Sacos de areia

Lugares elevados

Lugares elevados


• Leva algumas provisões. Para onde quer que vás ou onde quer que estejas, vais precisar de provisões de emergência para te aguentares durante uns dias. Leva contigo roupas quentes, cobertores, comida, água, uma lanterna e algumas pilhas. Põe tudo num saco de plástico forte, para usares facilmente quando for preciso.
• Prepara-te para sair de casa. Se a inundação for mesmo séria, terás de sair rapidamente de casa. Dirige-te para os terrenos elevados, longe do rio. Melhor ainda, vai para casa de uns amigos.
NÃO FAZER… se estiveres na rua.
• Não atravesses uma inundação a pé. Se a água te chegar aos tornozelos, dá a volta e vai por outro lado. A água pode ser mais funda do que parece e o pavimento por baixo dela pode ser sido levado.

Na rua...

Na rua…

• Não dês um passeio de carro. Pelo menos, não pelos sítios onde anda a água. É frequente a água correr tão depressa, que até chega a levar carros à frente. E os carros transformam-se rapidamente numa armadilha mortal se se avariarem. Quando a água chegar às janelas, a pressão será demasiado forte para conseguires abrir as portas. Se tens mesmo de guiar, abre as janelas antes de partir. Isso equilibrará a pressão dentro e fora do carro.
• Não bebas a água das cheias. Por mais sede que tenhas! A água das cheias está sujíssima, graças à lama, aos destroços e até mesmo aos esgotos que leva consigo. É a água ideal para a propagação de germes. Se estiveres dentro de casa, enche a banheira com água limpa e ferve toda a água que utilizares.
• Não acampes perto do leito de um rio. Mesmo que pareça seco. Pode encher em segundos e levar-te-á com ele.
• Não tentes correr mais que a água. Por mais rápido que sejas, a água estará sempre atrás de ti…

Não bebas!!!

Não bebas!!!

Inundação!

Inundação!


Barragens… sim ou não?

Sim vs Não

Sim vs Não

Cataratas de deixar água na boca
1. Pensa num edifício de dez andares. Em seguida, multiplica por 27. É essa a altura das Cataratas Salto Angel, as quais batem o recorde do mundo das cataratas. São as maiores cataratas do mundo. Aqui, o rio Churum mergulha 979 m por um dos lados da montanha do Diabo, na Venezuela. Chuáaaaa! Normalmente, as grandes cataratas não ficam à espera de que o solo sofra lentamente a erosão para poderem gotejar. Atiram-se simples­mente do precipício para o vale ou para a garganta lá em baixo.
2. A quantidade de água que corre de uma catarata é realmente espantosa. Na época das chuvas, as cataratas do Iguaçu derramam água em quantidade suficiente para encher seis piscinas olímpicas, POR SEGUNDO!
3. O nome local para as cataratas Vitória é «o fumo que troveja». O que é uma excelente descrição. Na verdade, o fumo é uma neblina feita de triliões de minúsculas gotas de água. E o barulho, como o som de trovoada da água a cair, é tão ensurdecedor que pode partir os vidros de janelas a quilómetros de distância. Poderás encontrar as cataratas no rio Zambeze em África, mas não te esqueças dos tampões para os ouvidos. Importa-se de repetir?

NÃO OIÇO!!!

NÃO OIÇO!!!

4. Comparadas com as Salto Angel, que são vinte vezes maiores, as cataratas do Niágara, na América do Norte, são peixe miúdo. Mas o tamanho não é tudo. São as cataratas mais famosas do mundo. Toda a gente quer tirar uma fotografia. Na verdade, são duas quedas do rio Niágara — as Horseshoe Falls do lado canadiano e as cataratas Americanas nos E. U. A. Estão separadas pela ilha Goat.
5. A pouco e pouco, as cataratas do mundo estão a autodestruir-se, à medida que vão provocando a erosão das rochas de onde caem. E as conhecidas cataratas do Niágara não são excepção. Nos últimos doze mil anos já recuaram uma distância total de 11 km. Não entres em pânico, ainda tens muito tempo para as visitar. Por este andar, os geógrafos acham que o rio vai precisar de mais uns vinte e cinco mil anos para voltar à sua fonte no lago Erie. Aí, acabam-se as cataratas. Que pena!
6. Mas não será a primeira vez que estas cataratas falham. Em 1969, as cataratas Americanas secaram completamente. Só que dessa vez foi de forma deliberada. Os peritos estavam com medo que as cataratas estivessem a desmoronar-se e tiveram de tapar as fendas nas rochas. Agora, já estão de novo a correr a toda a força.
7. 0 Niágara recebe milhões de visitantes. Podes embasbacar-te com as cataratas a partir da ilha Goat, desafiá-las de um barco ou subir de elevador até à Caverna dos Ventos, escondida por trás da cortina de toda a água que cai. Mas prepara-te para ficar todo molhado.

Estou pronto!

Estou pronto!

8. Se te sentires mesmo corajoso, que tal atirares-te do topo e descer as cataratas de barril? Foi isso que uma professora americana, chamada Anna Edson, fez. No dia 24 de Outubro de 1901, amarrou-se a um grande barril de madeira e atirou-se do precipício. Isso é que foi fazer um Chuáaa! Espantosamente, tirando alguns, ferimentos e nódoas negras, não se magoou a sério. Se gostavas de convencer a tua professora a tentar, estás com azar. Em 1911, todas as acrobacias perigosas passaram a ser proibidas.

Baril!!!

Baril!!!

Queres ser um hidrólogo especializado em inundações?
Tens estofo para ser um hidrólogo de inundações? (Nome fino para cientistas que estudam as inundações.)
Quando um rio está no máximo, não há nada que os cientistas possam fazer para o parar. Mas podem tentar adivinhar onde é que vai surgir a próxima inundação. Se conseguirem saber quando e onde isso possa vir a acontecer, podem fazer soar o alarme e tirar de lá as pessoas. Mas não é fácil — as inundações são inconstantes.
Guia (quase) infalível de previsão de cheias
1. Conhece o rio
Tens de estudar o rio cuidadosamente e ficar a conhecer todos os seus meandros. Mais importante ainda, tens de ver como é que o rio reage quando chove. Faz estas perguntas a ti mesmo:
a) Qual é a quantidade de água que está a cair? Não precisas de imensas tralhas caras para saberes isto. Podes fazer um simples medidor de chuva utilizando uma copo-medida da cozinha. Mas os cientistas a sério observam os céus em busca de chuva utilizando radares de alta tecnologia e satélites meteorológicos.

Observação direta!!!

Observação direta!!!

b) Quanto é que o rio está a subir? Os cientistas estudam o nível dos rios com uma engenhoca inteligente chamada sensor de corrente. Este sensor envia, via rádio, os dados obtidos para um computador.
c) Alguns hidrólogos espertalhões vão ainda mais longe e constroem os seus próprios rios-modelo com meandros, com terrenos de inundações e com inundações. Utilizam-nos para testar as reacções do rio e a segurança dos diques e das barragens às inundações.

Inundação rápida!

Inundação rápida!

2. Regista a evolução do teu rio
Em seguida, passa toda a informação que registaste para um computador. Este fará imensas equações de fazer tremer a terra que resultarão num gráfico. (O nome fino disto é um hidrográfico.) Mas terás de verificar se o computador fez bem as coisas e é aqui que ajuda seres bom a Matemática. O gráfico dirá como é que o rio lida com a chuva e quanto tempo falta para começar a inundar. Por aqui poderás descobrir qual a probabilidade de uma inundação e quanto tempo tens para fugir dali para fora…
3. Faz soar o alarme
Se estiver a chover muito e o rio começar a subir rapidamente, se faz favor, faz soar o alarme! Na Grã-Bretanha, os avisos de inundação estão catalogados segundo o grau de risco.

Aviso amarelo
Risco de inundação nas terras baixas e nas estradas junto dos rios.

Aviso laranja
Risco de inundação em casas isoladas e em áreas agrícolas mais extensas que existem perto de rios.

Aviso Vermelho
Risco de inundações graves em várias propriedades, em estradas e extensas regiões agrícolas.

Aviso amarelo

Aviso amarelo

Aviso laranja

Aviso laranja

Aviso vermelho

Aviso vermelho


Então os teus avisos estiveram perto da verdade? É claro que só podes ter a certeza depois de a inundação ter terminado. O problema é que as inundações são imprevisíveis. Nem sempre podes prever o que vai acontecer. Para rios grandes como o Mississípi, podes ter uma semana de aviso de inundação. Mas apenas umas horas para escapar a uma inundação rápida. (Uma inundação rápida é uma inundação que sobe muito rapidamente, normalmente depois de uma grande queda de chuva.)

Inundações...

Inundações…

Tens coragem para andar nos rápidos?
Se aquilo que queres mesmo é divertir-te imenso, por que não tentas a tua sorte a fazer rafting nos rápidos? Sentes-te com coragem? Tens de ter! Fazer rafting nos rápidos significa lançares-te violentamente num rio cheio de curvas e desníveis com rápidos… tudo isto num bote de borracha! Estás a pensar duas vezes?
Precisas de:

• Um rio;
• Um barco insuflável (aqueles de encher) muito resistente;
• Um remo (de uma só pá);
• Um colete salva-vidas;
• Um fato à prova de água e um capacete à prova de queda;
• Mais cinco vítimas (desculpa, voluntários) para irem contigo.
Preparativos...

Preparativos…


O que fazer:
1 . Enche o barco nas margens do rio.
2. Entra no barco. Devem sentar-se três de cada lado do barco, mesmo nas bordas, com o timoneiro atrás. Ele é o responsável pelo leme e por gritar as ordens!
3. Rema devagar, até ao meio do rio, e em seguida rema sempre em frente. Tenta manter um bom tempo e um ritmo agradável.
4. Os rápidos estão mesmo à frente! Tens de apontar para a zona com menos rochas. Não queres ficar com o barco furado. Para virar o barco para a direita, os que estão à esquerda continuam a remar. Para virar à esquerda, remam os que estão à direita. (Nota: para travar, têm todos de remar para trás!)
5. Mesmo antes de alcançares os rápidos, salta para o fundo do barco, para não seres lançado borda fora enquanto vais aos saltos pelos rápidos. E prepara-te para ficares completamente encharcado.
Haja fôlego...

Haja fôlego…

Rema devagarinho...

Rema devagarinho…

Encharcado!!!

Encharcado!!!


6. Quando (se tudo correr bem) saíres do outro lado, leva o barco até à margem e sai. Ou então, se te sentires com coragem, fica no barco e atravessa os rápidos que se seguem…

Ou não...

Ou não…

Do rio para a torneira
A água é absolutamente vital para a vida. Sem ela, em poucos dias morrerias literalmente de sede. Mas será que sabias que a maior parte da água potável vem dos rios? Se quiseres saciar a tua sede, basta abrires a torneira. Mas e como é que a água lá vai parar? Aqui está a forma como ela te vai parar à torneira:
1. É construída uma barragem que atravessa um rio…
2. …que dá origem a um grande lago, a que se dá o nome de represa.
3. A água segue em canos, daí até uma estação de tratamento de águas, onde é limpa e purificada para se poder beber.

4. Primeiro, passa por um filtro que retira todos os ramos, folhas e paus.
5. Depois é passada por uma camada de areia fina, para filtrar qualquer impureza.
6. Recebe um gás chamado cloro, para matar todos os germes.
7. Em seguida, a água limpa é encaminhada por debaixo da terra em canos mais finos, até chegar à tua casa.

Barragem

Barragem

Lago artificial/represa

Lago artificial/represa

Eu não fui!

Eu não fui!


A vida selvagem molhada
Os rios são locais fantásticos para se observar a vida selvagem. Mas será que são um sítio assim tão agradável para se viver? Para centenas de plantas e de animais dos rios, um rio selvagem não é só para navegar. Viver num rio pode ser arriscado. Para começar, depende da parte do rio onde se escolhe viver…
Início
A água é fria e corre depressa, e não há muito para comer. Mas há muito oxigénio para respirar na água borbulhante (partindo do princípio que a corrente não te arrasta).
Meio
O rio corre mais devagar e aqui as plantas aquáticas já se podem instalar no seu leito arenoso. Os insectos escondem-se no meio das plantas, até serem comidos pelos esfaimados peixes.
Fim
O rio é calmo e lamacento, e por isso a água é mais quentinha. Em alguns locais, está praticamente parada. É óptimo para alguns animais, como o escaravelho aquático, que vive normalmente em lagos de águas paradas. Aqui sentem-se mesmo em casa.

Agarra-te...

Agarra-te…

Arroto!

Arroto!

O fim...

O fim…


Poupar água!!!
Para te manteres limpo gastas por dia centenas de litros de água dos rios. Utilizas, em média, 80 lt. por cada banho que tomas, 10 lt. de cada vez que puxas o autoclismo e 100 lt. por cada máquina de roupa que fazes.
a) Toma duche, em vez de banho de imersão. Pouparás cerca de 50 lt. de água. (É claro que se não tomares qualquer tipo de banho ainda poupas mais, mas podes ficar muito malcheiroso).

80 litros de água!

80 litros de água!

Duche

Duche


b) Não deixes a água aberta quando estiveres a lavar os dentes. (Mas não te esqueças de os lavar pelo menos duas vezes por dia).
c) Põe meio tijolo (ou uma garrafa de 1,5 lt cheia), no depósito do teu autoclismo. (Mas primeiro pede autorização!) Isto irá diminuir num terço a quantidade de água que utilizas de cada vez que vais à casa de banho. (Mas não te preocupes que ainda vais conseguir puxá-lo).
A agricultura é uma actividade que precisa de muita água. Cultivar 1 kg. de arroz gasta trinta e cinco banheiras de água! Sabe-se lá quantas banheiras de água foram precisas para fazer o teu almoço da escola. Algumas das terras de cultivo mais ricas do mundo encontram-se em deltas onde há sempre uma boa quantidade de água.

Água maravilhosa!
Água maravilhosa!!!

70% de H2O

70% de H2O

Qual a quantidade de água que utilizamos por dia? Provavelmente, nunca pensaste nisso duas vezes. Bem, prepara-te para ficar espantado. A resposta são uns desperdiçados 150 lt. Mais ou menos o mesmo que duas banheiras cheias ou seiscentas latas de refrigerante!

Poupar água

Poupar água

Milhões de pessoas por todo o mundo dependem da água dos rios que lhes salvam a vida. Mas por que é que o fazem? Por que é que é tão bom viver perto dos rios? O que é que os rios têm para oferecer às pessoas que a terra seca não tem? Algumas pessoas dizem que é por causa das vistas. Outros dizem que é porque os rios são relaxantes. Mas, a verdadeira razão por que os humanos vivem perto dos rios é… pela água dos rios.

Rios que batem recordes
Avalia os teus conhecimentos hidrológicos com este teste rápido.
1. O Nilo é o rio mais longo da Terra. VERDADEIRO OU FALSO?
2. O Amazonas é o que tem mais água. VERDADEIRO OU FALSO?
3. O rio mais curto é o rio D. VERDADEIRO OU FALSO?
4. O Reno é o maior rio da Europa. VERDADEIRO OU FALSO?
5. Alguns rios são secos. VERDADEIRO OU FALSO?
6. Alguns rios ficam completamente congelados no Inverno. VERDADEIRO OU FALSO?
Vê aqui as respostas…

Mapa dos Grandes Rios

Mapa dos grandes rios