1. Os rios correm sempre para baixo. O que parece óbvio se levarmos em conta que são arrastados pela gravidade. É a mesma coisa quando desces uma encosta na tua bicicleta. Não precisas de dar ao pedal — a gravidade faz o trabalho todo. A gravidade é uma força que puxa as coisas para baixo, para a Terra. É o que faz que mantenhas os pés no chão. Ocorre quando um objeto grande (a Terra) puxa o objeto mais pequeno (o rio ou tu na tua bicicleta) na sua direção.
2. O rio não corre sempre à mesma velocidade. Vai aumentando e diminuindo a velocidade. Isto não acontece porque o rio se cansa, é devido a uma força chamada atrito. O atrito tem lugar quando dois objetos roçam um no outro e acabam por atrasar-se mutuamente, como quando vais às compras e dás por ti no meio de uma multidão. Às vezes o atrito entre o rio (objecto 1) e o seu leito e margens (objecto 2) diminui a velocidade da água. Um rio corre mais depressa à superfície e perto do meio, onde o atrito é menor.
3. Os rios correm mais depressa em planos inclinados, e nada é mais inclinado que uma cascata. O rio Niágara acelera a 108 km por hora quando mergulha nas cataratas do Niágara. Cerca de dezasseis vezes mais rápido que um andar em passada normal.
4. A verdade é que para todos os rios da Terra só existe água que lhes permita correr durante cerca de duas semanas. Se não forem reabastecidos, depressa secam. Os Gregos antigos tinham algumas ideias engraçadas sobre o que fazia “andar” um rio. Sabiam tudo o que havia para saber a respeito do ciclo da água e sobre a chuva. Mas não acreditavam nem um bocadinho que pudesse cair chuva suficiente para encher um rio. Achavam que a água devia vir dos mares, e que corria até aos rios através de correntes subterrâneas (e perdendo pelo caminho, sabe-se lá como, o seu gosto salgado).
6. Em 1674, o advogado, político e, em part-time, hidrólogo francês Pierre Perrault mediu a quantidade de chuva que caiu num determinado ano sobre as terras drenadas do rio Sena. Que foi que descobriu? Concluiu que havia água em quantidade suficiente para encher seis vezes o rio Sena e ainda sobrava para um banho rápido. Os espertinhos dos gregos tinham percebido tudo mal!
7. Felizmente, os rios não têm de depender das águas subterrâneas para se abastecerem de água. Ainda bem! Porque teriam de esperar durante muito tempo. A água subterrânea corre muito devagar. Mesmo muito devagar.
8. Os geógrafos sabem agora que a água chega aos rios de quatro formas diferentes. E todas elas começam com a chuva.