Os rios são um pouco como as pessoas. Mudam à medida que vão crescendo. Quando são novos e estão apenas no começo da vida, correm de um lado para o outro, energicamente.

À medida que vão ficando mais velhos e mais maduros, abrandam e levam a vida mais devagar, andando suavemente as voltas, atravessando a meia-idade.

A velhice agarra-os por fim. Quando se aproximam do mar e do fim da sua viagem, muitos rios abrandam e ficam sonolentos, e um bocadinho mal-humorados se forem importunados.

Primeira fase: rio jovem.

Nesta fase da juventude, o rio está a fluir mesmo depressa. É um rio cheio de pressa. Está cheio de energia e de juventude.

É tão forte que pode arrastar pedras mesmo grandes que talham o seu leito e as suas margens.

Segunda fase: meia-idade.

O rio começa a acalmar. Já não vê razão para andar a correr de um lado para o outro. Já largou as rochas — são demasiado pesa­das —, mas arrasta ainda consigo imensa lama e areia.

E em vez de ir de encontro aos obstáculos, contorna-os sensatamente. Demonstra muita maturidade.

Terceira fase: a velhice.

Agora o rio é tão lento e vagaroso que começa a adormecer…zzzzz. Começa a largar a lama e a areia.

De vez em quando, galga as margens e inunda, mas depois tem de descansar bastante. Finalmente chegar ao mar.

Curvas e mais curvas!

Curvas e mais curvas!

Da nascente à foz

Da nascente à foz