Depois de nascer, o rio fica mais lento e não tem força suficiente para continuar a carregar a sua descarga. Por isso, abandona-a na foz. Se as marés forem suficientemente fortes, levam para o mar alguma dessa descarga. Mas a maior parte vai-se acumulando, formando um novo solo. O rio tem de criar outro curso para correr em redor desse novo solo, transformando a foz do rio num maravilhoso labirinto de correntes e de bancos de areia, chamado delta. Chegou a altura de espantares a tua professora com alguma informação aprofundada sobre deltas…

Professores...

Professores…

Os deltas são assim chamados por causa de um historiador da Grécia antiga, de nome Heródoto. Passou muito tempo a viajar pelo Egipto, a tirar apontamentos para o seu livro. E uma coisa em que reparou foi que a foz do rio Nilo tinha uma forma triangular, parecida com a letra «D» do alfabeto grego, ou «delta», que os Gregos antigos escreviam assim: Δ; e a coisa do triângulo pegou. Mas tu já sabes como são os geógrafos, andam sempre a intrometer-se, por isso agora inventaram três tipos de delta:

Em forma de arco. O nome fino em latim para esta forma é arcuate (Ar-co-a-te), que quer dizer arqueado ou em forma de arco. Este é o formato oficial do delta do Nilo. Não oficialmente, os Antigos Egípcios diziam que o seu delta tinha a forma de uma flor-de-lótus.
Em bico. O nome fino em latim para esta forma é cuspate, que significa em forma de ponta ou pico. O rio Tibre (em Roma) termina num delta em bico.
Pata de pássaro. Não tem um nome fino em latim, mas acho que consegues adivinhar o seu formato. Possui muitos ramos, que o fazem parecer-se com os dedos da pata de um pássaro. O delta do Mississípi tem esta forma.

Arco

Arco

Bico

Bico

Pata de pato

Pata de pato


Alguns deltas são tão grandes que são de dar a volta à cabeça. O delta do rio Ganges é gigantesco, quase tão grande como toda a Inglaterra e o País de Gales juntos. E por falar em grande, uma das ilhas do delta do rio Amazonas é mais ou menos do mesmo tamanho que a Suíça. Alguns deltas ainda estão a crescer. Todos os anos, o rio Mississípi deposita quase 500 milhões de toneladas de lama e de areia no seu delta, empurrando-o cada vez mais para o mar. Todo esse solo é fabulosamente rico e fértil, sendo por isso óptimo para o cultivo de frutos e de vegetais. Mas as pessoas que vivem nos deltas correm um grande risco. Como a terra é muito baixinha, é a primeira a ficar submersa quando os rios inundam.

Nem todos os rios desaguam no mar. Alguns desaguam em lagos. Ainda mais extraordinário, o rio Okavango, em África, afunda-se nas areias do deserto do Kalahari. Um pouco seco, não? Mas muda tudo na época das chuvas, altura em que o rio inunda. Nessa altura, o delta do rio torna-se um labirinto de pântanos enevoados e de lagoas adormecidas, forradas por um emaranhado de juncos. Um esconderijo perfeito para milhares de animais que gostam do rio, como os peixes-águias, os hipopótamos e os crocodilos.