• Montes, montanhas, rochas, picos e afins...!
    *O-ro-gé-ne-se é o termo técnico que descreve a forma como os montes, montanhas e os picos se formam.
  • Sobre os montes, montanhas, rochas, picos e afins...

    Como tudo na vida, a Geografia tem os seus altos e baixos, quando estudas as montanhas, por exemplo. Num momento estás sentado à tua secretária, com a cabeça nas nuvens, a sonhar que te tornas famoso, enquanto a tua professora de Geo­grafia fala, fala e fala…

    fala, fala, fala,...

    E quando dás por ti os teus sonhos não passam de destroços. A voz da tua professora traz-te de volta à Terra com um estrondo. Pois é… A partir daí é sempre a descer.

    Ahhhh!

    O-ro-gé-ne-se????

     

    *O-ro-gé-ne-se é o termo técnico que descreve a forma como os picos se formam. Vem de duas palavras do grego antigo que significavam «montanha» e «nascer». Por outras palavras, a tua professora está a dizer que tens uma montanha para escalar. Mas não entres em pânico. Mesmo que o simples ato de te levantares da cama de manhã te faça ir abaixo nas pernas, que tal tentares esta desculpa impressionante? Põe a mão no ar, faz um ar adoentado e diz:

    Acrofóbico...

    ** Ser acrofóbico (a-cro-fó-bi-co) significa ter medo das alturas. Vem de outra palavra grega que significa «alto» ou «lá em cima». E os gregos sabiam tudo o que havia para saber sobre altos. Afinal de contas, viviam num dos locais da Terra que mais colinas tem.

    Se, por outro lado, és do tipo de pessoa que pensa que escalar montanhas deve ser muito excitante, mas não tens pachorra para sair de casa, faz esta simples experiência dentro de casa. Sobe e desce as escadas dez vezes a correr. Vá lá, tu és capaz. Se os adultos se queixarem que gastas a carpete, sorri docemente e explica que estás a subir as escadas porque elas estão lá…

    Entre outras coisas, daqui a pouco vais conseguir…

    Procurar fósseis e conchas no topo do mundo ou mesmo aprender a sobreviver a uma avalanche…

    Que bonito...

    Avalaaaaanche!

  • O que é uma montanha?

    Pede a alguém que descreva uma montanha e o mais provável é que te falem de um enfadonho bloco de rochas, mais ou menos com a forma de uma pirâmide. Mas as montanhas são muito mais do que isso. A sério! Pergunta a qualquer geógrafo. Dir-te-ão que cobrem um quinto da superfície da Terra, o que corresponde a uma enorme quantidade de montanhas! Mas o que são realmente e como é que foram lá parar? E por que carga de água são tão altas? Segue-se um mapa útil de algumas das mais altas…

    Mapa das Montanhas

    De uma forma simples, uma montanha é uma rocha de flancos íngremes que se eleva acima da superfície da Terra. Uma montanha é medida pelo que se ergue acima do nível médio das águas do mar, mesmo que não esteja de todo perto dele. Confuso, não achas? Alguns geógrafos acham que uma montanha tem de medir pelo menos 1000 metros de altura (o mesmo que três Torres Eiffel, umas em cima das outras), para serem consideradas como tal. Outros dizem que basta que seja uma elevação mais ou menos «grandita».

    O importante geógrafo escocês James Hutton (1726 -1797) tinha uma ideia de fazer estremecer o chão. Pensava (e corretamente) que, durante milhões de anos, os picos tinham sido empurrados para cima por forças naturais que torciam e dobravam as rochas. Porém, não sabia explicar que forças estranhas eram essas. James escreveu as suas ideias num livro comprido e maçador chamado Teoria da Terra. Infelizmente, quase ninguém se deu ao trabalho de o ler, pois a escrita do senhor era muito difícil de compreender.

    O geólogo americano James Dwight Dana (1813-1895) dizia que, em tempos, a Terra fora uma bola de rocha escaldante, mole e húmida. À medida que ia arrefecendo, encolhera, e a sua superfície tornara-se encarquilhada; seca (como os teus dedos quando estás na banheira muito tempo). Os bocados enrugados eram as montanhas. Tão simples como isto.

    Parecia que todos os geógrafos dignos desse nome tinham alguma coisa a dizer. Mas a verdade é que não conseguiam explicar como é que as montanhas tinham sido feitas e isso deixava-os completamente desnorteados.

    Mas foi só em 1910 que os geógrafos chegaram à raiz do problema. Nessa altura, o fantástico geógrafo alemão Alfred Wegener (1880-1930), teve uma ideia cerebral «fabulástica». Chegou à conclusão de que a superfície rochosa da terra (chamada crosta terrestre — a camada da Terra mesmo debaixo dos teus pés), estava estilhaçada em muitos pedaços, chamados placas, mais ou menos como uma calçada (mas a uma escala gigantesca). Existiam sete grandes bocados e uma série de outros mais pequenos. Mas repara nisto: as placas não ficaram sempre quietas no mesmo lugar. Estavam em constante movimento.

    Placas Tectónicas

    Na altura Alfred não sabia mas atualmente já sabemos que as placas flutuam numa camada de rocha quente e viscosa que tem o nome de magma e que se encontra debaixo da crosta numa camada que se chama manto. Este tal de magma é tipo melaço, espesso e pegajoso. O calor do interior da terra agita o magma e mantem as placas da crosta a mexer. Normalmente, as placas andam à deriva sem que se dê por isso. Mas, às vezes, cruzam o caminho umas das outras. Batem umas contra as outras. Outras tentam empurrar e abrir caminho. E adivinha o que acontece: exato, é assim que as montanhas se formam. Mistério resolvido!

  • O que é a erosão...?

    A erosão é o complicado termo técnico usado para definir a forma como as condições meteorológicas atuam sobre as rochas e, em última instância, sobre as montanhas. Com o passar do tempo, o clima acabará por as desgastar até desaparecerem. Esquisito? Não te preocupes; terias de andar por aí por muitos milhões de anos para poderes ver isto acontecer. (Embora seja provável que nessa altura já tenham surgido montanhas novas.)

    A erosão molda as montanhas. Como? Nas montanhas, o gelo é o principal movimentador e causador de erosão. Segue-se uma das formas através das quais o gelo desgasta uma montanha. O que acontece é isto…

    A neve derrete...

    A água aumenta de volume...

    Craaaque!

  • O boletim meteorológico dos picos...!

    Nas montanhas, é bom estar sempre de olho no tempo.
    ISSO SE QUERES SAIR DE LÁ VIVO.
    Queres continuar?
    Então observa o assustador boletim meteorológico…

    Boletim meteorológico

    Hoje vamos começar com bom tempo, céu limpo, com alguma formação de nuvens da parte da tarde. Há hipótese de vir a haver um nevão mais tarde. Esperam-se ventos fortes e intensos nevões nas terras altas. Ou pode vir a ser um dia calmo de sol…

    Nunca se sabe!

    Meteorologia...

    Tipos de tempo na montanha

    1. Frio de rachar. Podes pensar que, quanto mais subires, mais quente fica o tempo; afinal de contas, ficas mais perto do Sol. Mas estás enganado. Muito enganado! Por cada 100 metros que sobes, fica cerca de um grau centígrado mais frio. Isto acontece porque o ar lá em cima é rarefeito e limpo. Não tem partículas de pó para absorverem e libertarem o calor do Sol. No cume do monte Evereste, as temperaturas podem descer até aos -60° C. É tão frio como o dia mais frio que possas imaginar, mas dez vezes pior. Frio demais, o suficiente para morreres congelado.

    2. Ventos gelados. O vento é um grande problema no cimo das montanhas. Durante o dia, o vento sopra no sentido ascendente; de noite, sopra no sentido oposto. Numa questão de minutos, um vento forte pode começar a soprar em rajadas de 130 km/h. É suficientemente veloz para te fazer levantar voo. Ou soprar-te para fora da montanha.

    Agarra-te!!!

    O pior é que o vento dá a sensação de estar ainda mais frio do que realmente está. Se o vento soprar a 50 km/h e a temperatura for de -35° C, ficas completamente congelado em 30 segundos. Brrrr! Veste roupa bem quente.

    3. Relâmpagos letais. Os relâmpagos apanham sempre o caminho mais rápido para chegar ao chão e atingir o seu alvo mais próximo. Por isso, se estiveres no cimo de uma colina a admirar as vistas, tem cuidado, pois esse ponto poderás ser tu! Podes acabar fritinho que nem uma batata. Ou então podes ficar magoado e ferido, devido ao granizo do tamanho de pedras que cai durante as trovoadas. Tem cuidado com as nuvens gordas em forma de couve-flor. São um óptimo sinal de que se está a aproximar uma tempestade. Podes sentir o teu cabelo a ficar em pé (por causa da eletricidade estática que se acumula no ar). Assustador. Deita-te bem junto ao chão, até que a tempestade passe.

    Uiii...

    4. Nevões cerrados. Os nevões são tempestades terrivelmente intensas que podem surgir sem qualquer aviso. Saberás quando vai cair um nevão — as temperaturas descem rapidamente e os ventos fortíssimos atiram a neve direitinha para a tua boca… tornando a respiração muito difícil. Além disso, na maior parte das vezes, não consegues ver nada. Os nevões podem ter resultados trágicos. Na verdade, morrem mais alpinistas apanhados em nevões, do que devido a quedas.

    É melhor esperar...!

  • Avalanches!!!

    Podes achar que é aquela coisa fofa, bonita e branquinha que vês nos cartões de Natal. Mas pensa melhor. Podes não acreditar, mas a neve pode matar. Sem qualquer aviso, milhares de toneladas de neve podem descer montanha abaixo, numa avalanche, levando à frente tudo o que estiver no seu caminho — árvores, pessoas, carros, até mesmo aldeias inteiras. Não há fuga possível da temível “morte” branca…

    Mas o que são as avalanches? E como é que estes assassinos silenciosos atacam?

    Alguns factos terríveis sobre avalanches

    1. Uma avalanche é uma massa de neve de montanha que subitamente se solta e corre encosta abaixo. O que acontece é que uma enorme quantidade de neve em pó cai sobre uma camada de gelo. Em seguida, o gelo começa a estalar, tornando instável a neve que está em cima — tão instável que começa a escorregar.

    Catrapum!

    2. Para a neve deslizar, precisa de ser suficientemente pesada para superar a força de atrito (a força que a agarra à rocha). Em seguida, a gravidade faz o resto. Em certos locais já desabaram montanha abaixo 17 000 toneladas de neve. Mas a verdade é que, quando uma avalanche assim atinge um vale ou cidade, já tem o seu tamanho duplicado! Imagina o tamanho desta bola de neve!

    3. Se fores fazer esqui, tem cuidado. Um deslize pode ser provocado por várias coisas, incluindo o peso de apenas um único esquiador. Infelizmente o período mais frequente para avalanches é entre Janeiro e Março e esta é a altura ideal para fazer esqui. O simples bater da porta de um carro é suficiente. Ou até mesmo o cantar tirolês. Sim, tirolês. Tu conheces, aquele trinado alto. Bom, de facto, em algumas aldeias suíças de montanha, é proibido o cantar tirolês durante a Primavera, pois é uma época em que o risco de avalanche é mais elevado. E as crianças da aldeia também não podem gritar ou cantar.

    YODEL-DE-OHYODEL-DE-OHYODEL-DE...

    4. Certas avalanches movem-se a velocidades que podem chegar aos 320 kms/h. Vuummm! Tão rápido como um carro de corridas. E adquirem maior velocidade à medida que vão avançando.

    5. Podes não acreditar, mas na Iª Guerra Mundial as avalanches foram utilizadas como arma mortal. Os soldados austríacos e italianos que se combatiam nos Alpes apontavam o seu fogo para o cume das montanhas, em vez de apontarem uns aos outros, despoletando imensas avalanches mortais…!

    Os cientistas esforçam-se para encontrar uma forma de prever qual o próximo sítio e quando será a altura da próxima avalanche acontecer, para que se possa dar o alarme. Nos Alpes existem mini-estações meteorológicas, no cimo de cada montanha, que medem coisas como a temperatura, as quedas de neve e a precipitação. Tudo dados cruciais para as avalanches. Os cientistas inserem estes dados em computadores e tentam transformá-los em previsões. Então, e que tal de resultados? A boa notícia é que estão a conseguir melhorar. A má notícia é que não conseguem fornecer uma previsão para cada vale em particular, mas apenas para uma região inteira. E as avalanches são terrivelmente imprevisíveis.

    Prever ou não prever... eis a questão!

    Então, e não há nada que possa fazer parar uma avalanche? Bom, já foram tentadas várias coisas. Em certas montanhas, foram construídas vedações de aço, perpendiculares às encostas para segurar a neve. E as casas são à prova de avalanche, com paredes de cimento forte e sem portas ou janelas no lado das avalanches. De tempos a tempos os peritos utilizam deliberadamente explosivos para provocar pequenos deslizamentos. Isto ajuda a evitar que se formem grandes amontoados de neve. Parece muito arriscado, mas resulta. Mas a verdade é que, uma vez que a neve comece a correr, não há nada neste mundo que a faça parar.

  • O lixo nas montanhas :o(

    Grandes montanhas de lixo

    Os alpinistas têm um ditado: «quando escalares uma montanha, seja ela qual for, não deixes lá mais nada a não ser as tuas pegadas». Um conselho muito sensato. As montanhas são sítios terrivelmente sensíveis. A última coisa de que precisam é que faças lixo. Mas adivinha onde é que podes encontrar o ferro-velho mais elevado do mundo? No topo do Monte Evereste, onde os alpinistas descuidados já deixaram toneladas de lixo. E está a ter um efeito fatal na sua vida selvagem. Eis algumas das coisas mais esquisitas que podes encontrar…

    lixo nas montanhas

    • Garrafas de oxigénio usadas
    • Tendas velhas e estacas para tendas
    • Papel higiénico usado
    • Caixas de cartão
    • Sacos de plástico
    • Pacotes de cereais
    • Latas, frascos e garrafas de vidro
    • Seringas e agulhas velhas
    • Tacos de basebol e discos
    • Garrafas de gás para fogões
    • Um helicóptero despenhado
    • Corpos, alguns ainda agarrados a cordas…

    É verdade!!!!!

  • Questionário nas alturas

    Será que a tua professora de Geografia está com os seus poderes no máximo?

    Descobre com este assustador teste de verdadeiro ou falso.

    1. O Monte Evereste é a montanha mais elevada da Terra. VERDADEIRO OU FALSO?
    2.0 Monte Evereste é a montanha mais alta da Terra. VERDADEIRO OU FALSO?
    3. Os Himalaias são a cordilheira mais extensa. VERDADEIRO OU FALSO?
    4. As montanhas crescem debaixo do mar. VERDADEIRO OU FALSO?
    5. A maior parte das montanhas tem menos de 1000 anos. VERDADEIRO OU FALSO?
    6. Não há montanhas na Grã-Bretanha. VERDADEIRO OU FALSO?

    600 vezes...

    600 vezes…

    Respostas

  • Guia das montanhas

    É verdade que todas as montanhas são rochosas e altas, mas são terrivelmente diferentes umas das outras.

    Se estás com ideias de ir até às montanhas, porque não dás uma espreitadela a este guia das montanhas?

    Ficarás informado a respeito dos quatro principais tipos de montanha.

    Picos dobrados

    Bloco

    Cupuliformes

    Vulcões

  • Tipos de rocha

    Será que podias ser geólogo? Já te perguntaste de que são feitas as montanhas? De malditas rochas, é claro. Alguns geógrafos passam a vida a estudar as rochas. (É um trabalho duro, mas alguém tem de o fazer.) O nome chique dos doutores das rochas é geólogos. Gostarias de ser um geólogo cara de pedra? Primeiro, precisas de adquirir alguns conhecimentos bem sólidos sobre rochas.

    Rochas sedimentares

    Rochas ígneas

    Rochas metamórficas

     

    Caixinha de “Bombons-rocha” para oferecer à Professora de Geografia.

    Basalto – É a rocha mais comum na Terra…
    Granito – Muito dura…
    Arenito –Constituída por grãos de areia…
    Xisto – Rocha com várias camadas…
    Mármore – De cor clara ou escura…

  • O que são glaciares...?

    Os glaciares são gigantescos rios de gelo que existem nas montanhas. Tal como os rios, os glaciares correm apenas para baixo. Porquê? O que sucede é que a gravidade os puxa para baixo. A gravidade é a força que puxa as coisas para o chão. Assim, se tropeçares numa encosta escorregadia, a gravidade faz-te descer à Terra com um monumental trambolhão. Au!

    Glaciar

    Mas não é só culpa da gravidade. A primeira vista, os glaciares parecem horrivelmente sólidos, mas, por estranho que pareça, o gelo dentro deles move-se (como aqueles apetitosos gelados com caramelo lá dentro… delicioso). Isso acontece porque é esmagado e comprimido devido ao peso que tem em cima. Começa, então, a descer pela montanha abaixo. Normalmente, os glaciares mexem-se mais devagar do que um caracol. Assim é fácil ser-se mais rápido do que ele (pelo menos, assim se espera…)

    Podes ser levado a pensar que os reluzentes glaciares seriam bonitos, transparentes e brilhantes, como uns enormes cubos de gelo. Mas estás enganado. De facto, na maior parte das vezes são horríveis, cinzentos e sujos, devido às toneladas de rocha que arrastam consigo. Estes bocados de rocha podem ser minúsculos grãos de areia ou pedregulhos do tamanho de casas.

    História de um glaciar...

    Alguns dos bocados de rocha ficam presos no gelo e dão ao glaciar a sua forma cortante. A medida que vai rastejando, o arenoso glaciar arranha e rasga a encosta da montanha, como se fosse uma gigantesca lixa, polindo enormes vales em forma de «U». O glaciar empurra à sua frente o resto das rochas e deposita-as no seu nariz. O termo técnico para este amontoado de rochas é «moreia».

    Alguns triturantes glaciares são horrivelmente grandes. Nos altíssimos Himalaias, chegam a atingir uns espantosos 70 qui­lómetros de comprimento e têm quase 1 quilómetro de espessura. Imagina o que é teres uma coisa destas a correr pela tua rua abaixo. No entanto, os glaciares tanto podem crescer como encolher. Encolhem quando o tempo aquece e derrete o gelo do nariz do glaciar. Nessa altura ele começa a diminuir de tamanho. O glaciar Ródano, nos Alpes, começou a derreter em 1818. Cem anos mais tarde, havia encolhido tanto, que um hotel famoso pela sua vista para a parte lateral do glaciar teve grandes dificuldades financeiras.

    Enormes pedregulhos não são a única coisa que podes encontrar num terrível glaciar. Em 1991, dois alpinistas apanharam o susto das suas vidas. Encontraram o corpo congelado de um homem a espreitar de um glaciar nos Alpes. Macabro. Descobriram mais tarde que o homem morrera num nevão terrível… mais de 5000 anos antes!

    Brrrrrr!!!

    Curiosidades glaciares…

    Fenda glaciar ou crevasse – nome fino para uma fratura que surge no gelo quando este desliza sobre terrenos acidentados. As fendas glaciares são profundas e terrivelmente perigosas, principalmente quando estão ocultas devido a uma queda de neve recente. E só dás por elas quando é tarde demais.

    Nariz ou moreia – nome dado à extremidade do glaciar onde este começa a derreter.

  • As montanhas e o Homem

    Apesar das condições terrivelmente severas, uma espantosa população de 500 milhões de pessoas — cerca de 1 décimo da população mundial — vive em montanhas. Mas, então, como é que essas pessoas aguentam a vida nos picos?

    Os índios Quéchua vivem bem no cimo das montanhas dos Andes, na América do Sul. Vivem sobretudo das suas colheitas, de batatas, de cevada e de milho. Possuem também gado, ovelhas, galinhas e… lamas. À medida que vais subindo na montanha, o ar rarefeito da montanha pode deixar-te tonto e com falta de ar. É por isso que os destemidos Quéchuas tem corações e pulmões ligeiramente maiores do que a maior parte das pessoas, para fornecer mais oxigénio ao sangue.

    Encontraram também formas de suportar as gélidas temperaturas das montanhas. Enquanto tu estás a pôr outro par de meias de lã de lama nos pés, eles andam descalços na neve, sem problemas. Isso, porque os seus pés têm mais vasos sanguíneos, o que impede que arrefeçam, e assim é menos provável terem queimaduras causadas pelo frio. Uma façanha notável.

    Regalias dos picos

    Viver nas montanhas é difícil e muitos povos dos picos são muito pobres e lutam pela sobrevivência. É por isso que muitos abandonam as montanhas e tentam a sua sorte nas grandes aldeias e nas cidades. Contudo, nem tudo é negro. Até mesmo o pico mais assustador tem as suas vantagens. Seguem-se quatro coisas estranhas que talvez não estivesses à espera de encontrar no topo de uma montanha.

    Água e eletricidade

    1. Água maravilhosa. É vital para te manter vivo. Sem ela morrerias numa questão de dias. A maior parte da água que bebemos vem de rios. Mas será que sabes onde começam esses rios? No topo das montanhas, é claro.

    Alguns dos maiores rios da Terra começam como pequenas linhas de água. Umas escorrem de grandes lagos das encostas. Outras, das extremidades de gélidos glaciares. Acredites ou não, cerca de metade da água potável do mundo vem destas linhas de água dos picos.

    2. Eletricidade chocante. A água não serve só para beber. Através dela também se pode fazer eletricidade. (Pensa nisso da próxima vez que ligares o teu computador.) Se viveres perto de uma montanha, provavelmente é isto que está a acontecer…

    3. Campos delicados. Muitos povos dos picos vivem da agricultura. É um trabalho duro que dá cabo das costas. Aqui não vais encontrar um campo plano e verdejante onde semear as tuas colheitas; o solo é demasiado pobre e árido, e as encostas são demasiado escorregadias e inclinadas. Então, como é que fazem os agricultores?

    Os agricultores sherpas do Nepal talham enormes degraus nas encostas das montanhas (socalcos) e utilizam-nos como campos de cultivo. Em seguida, constroem muros em seu redor para segurar o solo e a água. Espertos, hem? Nestes degraus plantam batatas, arroz, trigo, cevada e damascos. Têm também animais, ovelhas, cabras e gado. No Inverno, mantêm os animais dentro de casa ou em vales mais quentes. No Verão levam-nos para o cimo das montanhas para pastarem nos pastos verdes e luxuriantes das alturas.

    Está frescote...

    4. Ouro reluzente. Uma coisa que há aos montes nas montanhas são rochas. Pilhas e pilhas delas. Mas, se escavares um bocadinho, és capaz de ficar espantado. Algumas montanhas são ricas em ouro, prata, cobre, estanho e outros metais preciosos. (Já para não falar nas maravilhosas pedras preciosas, como os rubis e as esmeraldas.) A a exploração mineira desses metais é um grande negócio. Mas procurar ouro é horrivelmente arriscado. Podes ter sorte ou não. E demora muito tempo a construir uma mina de ouro, porque algumas têm milhares de metros de profundidade.

    Mas se estás farto da tua miserável mesada, por que não vais peneirar ouro?

    Peneirar ouro

    Do que precisas:

    • Uma peneira ou uma panela grande

    • Um rio de uma montanha

    • Lidite (uma pedra negra)

    • Toneladas de paciência

    O que fazer.

    a) Mergulha a tua peneira na água e enche-a de água e areia.

    b) Rodopia cuidadosamente o teu passador para fazer sair a areia e a água.

    c) O ouro fica no teu passador em flocos, areias ou pedrinhas.

    d) Para veres se o teu ouro é verdadeiro, risca-o com a tua lidite. Se surgir um risco amarelo… parabéns!

    Tiveste sorte. (Se não, foste enganado. É provavelmente uma rocha amarela chamada pirite ou «ouro dos tolos»).

  • A maior montanha do mundo

    Queres deixar o teu professor de geografia em maus lençóis? Põe um ar espantado e faz esta pergunta matreira.

    Qual é a montanha mais alta?

    Resposta: O teu professor dir-te-á provavelmente que é o poderoso Monte Evereste nos Himalaias, na Ásia. Mas estaria dolorosamente enganado e a passar ao lado da verdade. De facto, a montanha mais alta da Terra é o massivo Mauna Kea, um excêntrico cume no Havai. Com uma espantosa altura de 10.203 metros da base até ao topo, este vulcão bate facilmente o Evereste (com uns míseros 8.848 metros de altitude) que está em segundo lugar. Evidentemente, o Mauna Kea tem uma vantagem. Mais de metade deste grande vulcão encontra-se debaixo de água, mas o topo emerge da água para fazer parte do paradisíaco Havai.

  • O futuro das montanhas...

    Então, o que reservará o futuro às montanhas? Ninguém sabe concretamente. Mas uma coisa é certa: as montanhas continuarão a crescer e a encolher. Um pouquinho, todos os anos. E ninguém pode fazer nada contra isso.

    Enquanto as furiosas placas terrestres se continuarem a mexer, vai ser o adeus a muitos picos que conhecemos. Parece assustador. Mas não acontecerá do dia para a noite. Como sabes, fazer montanhas demora milhões e milhões de anos. (Em tempo geográfico, muito rapidamente, mas não é suficientemente rápido para conseguires escapar à tua visita de estudo).

    O futuro das montanhas...

    Ao mesmo tempo, montanhas novinhas em folha estão constantemente a surgir. E os peritos acham que estes picos assustadores podem crescer ainda mais do que o arranha-céus Monte Evereste. Isso é que é espantoso.